terça-feira, 13 de agosto de 2024

Jesus falando ao coração das filhas de Maria - 17º Cap.


Maria assiste ás suas filhas na hora da morte 

    I. O dom da perseverança, que bem deves esperar da intercessão de Maria, tua Mãe, se constantemente a amares e lho pedires, esse dom apreciável não seria completo, se a tua vida, por mui meritória e santa que se suponha, não for coroada de morte santa. De que te serviria teres perseverado até então se viesses a perder-te e a cair exatamente no momento em que fosses cingir a coroa? De que serviria teres tido Maria favorável durante toda a tua vida, se ela te desamparasse no momento decisivo de que depende a eterna salvação? Mas porventura podes tu recear que tua doce Mãe te desampare nesse momento terrível em que estarás reduzida ao último extremo de miséria e de angústia, tanto pelo excesso dos males que então te hão de oprimir, como pelo horror que inspira a dissolução da natureza, e pelo temor dos juízos de Deus; nesse momento em que o demônio virá com grandíssima cólera e furor, por saber que já lhe resta mui pouco tempo para tentar-te? Não, minha filha, Maria não desampara seus filhos em tal extremo. Se te não desampara durante toda a tua vida, de certo muito menos te desamparará no artigo da morte; pelo contrário, quanto maior for então o perigo, maior, muito maior e mais poderoso será o socorro de tua Mãe dulcíssima. Oh! Se bem te convencesses desta verdade, quanto não farias para daqui em diante honrares a Maria? 
    II. O verdadeiro amigo conhece-se na aflição. Se visses teu pai ou tua mãe em risco de perderem a vida, poderias recusar-lhes o teu socorro? Que não farias para os libertares? E Maria, tão boa Mãe, que mais te ama do que poderiam amar-te todos os parentes e amigos do mundo, desamparar-te-á na hora derradeira, quando estiveres em perigo de te perder eternamente, se não vier em teu auxílio!? Será só então que ela se esquecerá das humildes e ternas preces que lhe tens dirigido durante toda a tua vida!? Será só então que há de rejeitar e desprezar as homenagens repassadas de afeto, que assiduamente lhe houveres tributado!? É impossível! E quando devias esperar dela a maior, a suprema prova de sua ternura, não há de fazer caso de ti, há de ter a dureza de te deixar lutar só e destituída de alentos com as angústias da morte e os assaltos infernais!? É impossível! —Ah! Minha filha, como supor em Maria, na mais terna das mães, semelhante dureza? Talvez então te desamparem as pessoas que mais amas; não assim Maria: desde o céu enviará em teu auxílio o príncipe dos anjos com suas legiões invencíveis; ela mesma virá consolar-te e assistir-te com a sua graça. Oh! Feliz morte, quando se morre nos braços da Rainha do céu? 
    III. Se os demônios caírem sobre ti para te perderem, só com o nome de Maria fugirão espavoridos. Se a lembrança das tuas culpas passadas te perturbar a alma, Maria te animará a esperar em sua poderosa intercessão e nos infinitos merecimentos da minha morte e paixão. Se o rigor dos meus juízos e a incerteza do teu futuro destino te fazem temer a morte, tua Mãe te fortalecerá a esperança, recordando-te o amor que por ela sentiste e a honra que lhe rendeste durante a vida; e, repreendendo em certo modo tua pusilanimidade e temor da morte, te dirá com doçura inexprimível: O minha querida filha, como assim! Tu me serves há tantos anos, e ainda temes a morte? Não, minha filha, na hora da morte não terás nem sustos nem temor; mas será grande a tua alegria e o teu contentamento: a tua morte será a morte dos santos, um doce trânsito desta terra de dores para a eterna felicidade. Se não mereces que a Virgem te apareça visivelmente, como a tantos outros de seus servos, e que à hora da morte venha a alegrar-te com sua dulcíssima presença, não deixará todavia de invisivelmente assistir-te e confortar-te nos teus últimos momentos, até ao derradeiro suspiro. E depois de teres com o seu socorro escapado de todos os perigos e triunfado de todos os teus inimigos, pronunciando os doces nomes de Jesus e Maria, entregarás suavemente a alma nos braços de tua Mãe, a qual, possuída de alegria, te conduzirá ao paraíso. Eis aqui, minha filha, qual será um dia a tua morte, se amares a Maria. Ah! Por que tardas, por que hesitas um só momento? Por que não lhe consagras agora e sempre o mais terno amor?

FRUTO 
    Pensa na consolação que terás à hora da morte, se tiveres tido a felicidade de amar a Maria. S. João Berchmans, da Companhia de Jesus, um dos mais zelosos servos da Senhora, pôs-se a cantar o Ave Maris Stela, logo que lhe fizeram a encomendação da alma; e, como o enfermeiro lhe dissesse que não se fatigasse, respondeu que era chegado o momento de mostrar toda a alegria e confiança que lhe inspirava o amor que ele sempre tivera a Maria. Sê tu também constante no amor da Santíssima Virgem; pede-lhe muitas vezes que se digne assistir-te à hora da morte; e com esse fim começa hoje a rezar todos os dias, antes de te deitares, três Ave Marias e não as omitas por qualquer motivo que seja. 

AFETOS 
    Que será de mim, ó Maria, no temeroso momento da morte! Que será de mim, se me não assistirdes com a vossa misericórdia? Que responderei ao Salvador, quando houver de lhe dar conta de toda a minha vida? Como resistirei aos terríveis assaltos do inferno conspirado contra mim? Ah! Minha Mãe dulcíssima, minha única esperança depois de Jesus Cristo, não me desampareis quando chegar a hora dessa terrível passagem, na qual, mais que nunca, haverei mister de vossa poderosa proteção; sêde-me propícia na hora da morte, mostraivos Mãe terna e compassiva. Defendei-me então contra os assaltos do demônio; obtende-me verdadeiro arrependimento de meus pecados, firme confiança nos merecimentos de Jesus Cristo e na vossa intercessão; e, quando chegar a hora da minha morte! Fazei que serenamente entregue minha alma a Deus, pronunciando os doces nomes de Jesus e Maria. De vós tudo espero, ó Mãe amantíssima! E porque a morte é ordinariamente semelhante à vida, fazei que daqui em diante eu viva santamente, para que tenha a felicidade de morrer como os justos. Amen. 

ORAÇÃO JACULATÓRIA 
Maria, Mãe de graça, Mãe de misericórdia, protegei-nos do inimigo de nossa salvação, e recebei-nos na hora da morte.

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