domingo, 15 de maio de 2022

Dia 17 - Preparação para a total Consagração




Veni Sancte Spiritus

Veni, Sancte Spiritus,
et emitte caelitus
lucis tuae radium.

Veni, pater pauperum,
veni, dator munerum
veni, lumen cordium.

Consolator optime,
dulcis hospes animae,
dulce refrigerium.

In labore requies,
in aestu temperies
in fletu solatium.

O lux beatissima,
reple cordis intima
tuorum fidelium.

Sine tuo numine,
nihil est in homine,
nihil est innoxium.

Lava quod est sordidum,
riga quod est aridum,
sana quod est saucium.

Flecte quod est rigidum,
fove quod est frigidum,
rege quod est devium.

Da tuis fidelibus,
in te confidentibus,
sacrum septenarium.

Da virtutis meritum,
da salutis exitum,
da perenne gaudium.
Amen. Alleluia.

Vinde Santo Espírito

Vinde, Santo Espírito,
e enviai dos céus
um raio de vossa luz.

Vinde, pai dos pobres,
vinde, doador dos dons,
vinde, luz dos corações.

Consolador magnífico,
doce hóspede da alma,
doce refrigério.

No labor descanso,
no calor aragem,
no pranto consolo.

Ó luz beatíssima,
enchei o íntimo dos corações
dos vossos fiéis.

Sem vosso auxílio
nada há no homem,
nada de inocente.

Lavai o que está sujo,
regai o que está seco,
curai o que está enfermo.

Dobrai o que é rígido,
aquecei o que está frio,
conduzi o que está errante.

Dai aos vossos fiéis,
que confiam em vós,
os sete dons sagrados.

Dai o mérito da virtude,
dai o êxito da salvação,
dai a perene alegria.
Amém. Aleluia.


 Quarto dia da Semana para adquirir conhecimento de si mesmo
- Da morte do homem velho - 

        Composição de lugar - A Virgem Santíssima lavando e curando as chagas de minha alma.
        Petição - Que sinta a desordem de minhas obras, para que aborrecendo-as me emende e ordene a minha vida. [92] 

        I PONTO - Tomaremos aqui os pontos do Tratado da Verdadeira Devoção, como São Luís Maria Grignion de Montfort os escreveu.  
        Necessidade de esvaziar-nos do mal que há em nós. Quando se despeja água limpa e clara em uma vasilha suja que cheira mal ou quando se põe vinho em uma pipa cujo interior ficou azedado por outro vinho que conteve, a água pura e o vinho bom adquirem com facilidade o mau cheiro e o azedume dos recipientes. Do mesmo modo, quando Deus põe Suas graças e orvalhos celestiais, ou vinho delicioso de Seu amor no vaso de nossa alma, corrompida pelo pecado original e pelo pecado atual, esses dons divinos ficam ordinariamente estragados ou manchados pelo mau germe e mau fundo que o pecado deixou em nós. Nossas ações, até as das virtudes mais sublimes, se ressentem disso. Para adquirir a perfeição, que só se consegue pela união com Jesus Cristo, é, portanto, de grande importância que nos despojemos de tudo o que de mau existe em nós. Do contrário, Nosso Senhor que é infinitamente puro e que aborrece infinitamente a menor mancha na alma, nos repelirá e de modo algum Se unirá a nós. 

        II PONTO - Que é preciso fazer para nos esvaziarmos do mal que existe em nós? Para despojar-nos de tudo o que de mau existe em nós é preciso: 
        Primeiro - Conhecer bem, pela luz do Espírito Santo, nosso defeito dominante; nossa incapacidade para todo o bem útil à nossa salvação; nossa fraqueza em todas as coisas; nossa inconstância em todos os tempos; nossa indignidade para todas as graças; e nossa iniquidade em todo o lugar. O pecado de nossos primeiros pais nos corrompeu, alterou, estragou, como o fermento azedo corrompe a massa em que é colocado. Os pecados atuais que cometemos, sejam mortais ou veniais, foram perdoados, mas aumentaram em nós a concupiscência, a fraqueza, a inconstância e a corrupção, deixando maus vestígios em nossa alma. Nosso corpo é tão corrompido que é chamado pelo Espírito Santo "corpo de pecado" [93], corpo sujeito a milhares de enfermidades, corpo que se corrompe sempre mais cada dia, e que não produz mais que vermes e corrupção.
        Nossa alma unida ao corpo tornou-se tão carnal que é chamada carne. "Toda a carne havia corrompido seu caminho." [94] Não possuímos por herança senão orgulho e cegueira no espírito; endurecimento no coração; fraqueza e inconstância na alma; concupiscência, paixões revoltadas e doenças no corpo. Somos naturalmente mais orgulhosos que os pavões reais, mais apegados à terra que os sapos, mais glutões que os porcos, mais coléricos que os tigres, mais preguiçosos que as tartarugas; mais fracos que os caniços e mais inconstantes que os cata-ventos. Não possuímos mais que o nada e o pecado, e não merecemos mais que a ira de Deus e o inferno eterno.
        Depois disto, poderá alguém admirar-se de Nosso Senhor ter dito que aquele que O quiser seguir, deve renunciar a si mesmo e aborrecer sua própria alma; que "aquele que amar sua alma perdê-la-á, mas que o que aborrecer sua alma a salvará"? [95]
        A Sabedoria infinita, que não dá ordens sem razão, não nos manda aborrecer-nos a nós mesmos senão porque somos grandemente dignos de aborrecimento. Nada há tão digno de ser amado como Deus; nada tão digno de ser aborrecido como nós.
        Segundo - Para despojar-nos de nós mesmos é necessário que todos os dias morramos a nós mesmos, quer dizer, que devemos renunciar aos atos de pecado de nossa alma e dos sentidos corporais. É o que São Paulo chama "morrer todos os dias" [96]. "Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, permanecerá só e não dará fruto." [97] Se não morrermos a nós mesmos, e se as mais santas devoções não nos levarem a essa morte necessária e fecunda, não produziremos fruto que valha alguma coisa, e as nossas devoções serão inúteis. Todas as  nossas obras de justiça estarão, então, impregnadas por nosso amor próprio e pela nossa própria vontade; e Deus abominará os maiores sacrifícios e as melhores ações que fizermos.  Na hora de nossa morte teremos as mãos vazias de virtudes e méritos, e não brilhará em nós a menor centelha de puro amor, o qual só é comunicado às almas mortas a si mesmas, almas cuja vida está oculta com Jesus Cristo em Deus. [98] 
        Terceiro - É necessário escolher, entre todas as devoções à Santíssima Virgem a que nos leva com maior segurança e certeza a este aniquilamento do próprio eu. Será esta a devoção melhor e a mais santificante pois é mister reconhecer que nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que é doce é mel, e nem tudo o que é fácil de fazer e praticar, é o mais santificante. Do mesmo modo que a natureza tem segredos para fazer, em pouco tempo, sem grandes gastos e com facilidade, certas operações naturais, há segredos na ordem da graça pelos quais são feitas em pouco tempo, com doçura e facilidade, operações sobrenaturais, tais como o despojar-nos de nós mesmos, encher-nos de Deus e tornar-nos perfeitos.
         Oh quanta falta me faz a Mestra do Céu para me ensinar e guiar! 

Ave Maris Stella

 

Ave maris Stella

Dei Mater alma

Atque semper virgo

Felix caeli porta

 

Sumens illud Ave,

Gabrielis ore

Funda nos in pace

Mutans Evae nomen

 

Solve vincla reis

Profer lumen caecis

Mala nostra pelle

Bona cuncta posce

 

Monstra te esse matrem

Sumat per te preces

Qui pro nobis natus

Tulit esse tuus

 

Virgo singularis

Inter omnes mitis

Nos culpis solutos

Mites fac et castos

 

Vitam praesta puram

Iter para tutum

Ut videntes Iesum

Semper collaetemur

 

Sit laus Deo Patri

Summo Christo decus

Spiritui Sancto

Tribus honor unus. Amen.

 

Ave Estrela do mar

 

Ave Estrela do mar

Santa Mãe de Deus

Sempre Virgem

Feliz porta  dos Céus

 

Ó vós que ouvistes

De Gabriel a saudação

Fundai-nos na paz

Trocando o nome de Eva

 

As cadeias dos réus quebrai

E a nós, cegos, iluminai

De todo mal livrai-nos

E o bem granjeai-nos

 

Mostrai que sois mãe

Fazendo ouvir nossas preces

Aquele que, por nós nascido,

Quis ser Filho vosso

 

Virgem singular

Toda cheia de ternura

Extintos nossos pecados

Fazei-nos castos e brandos

 

Dai-nos uma vida pura

Ponde-nos em via segura

Para que, vendo a Jesus,

Sempre nos alegremos

 

Louvor para sempre a Deus Pai

E honra eterna a Cristo

E ao Espírito Santo.

Aos três um mesmo louvor. Amém.


__________________________________________
Notas: 
[92] Santo Inácio
[93] Rm 6, 6 ; Sl 50, 7.
[94] Gn 6, 12.
[95] Jo 12, 25.
[96] I Cor 15, 31.
[97] Jo 12, 24.
[98] Cl 3, 3.
* Estas meditações são retiradas do livro "Vida Mariana" do Pe. Nazário Pérez, SJ. 

Um comentário:

Salve Maria!
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