Uma filha de Maria deve rezar assiduamente o rosário ou o terço ou o ofício de Nossa
Senhora
I. Minha filha, como não passa dia em que Maria te não encha de seus celestiais favores e em que
não necessites da sua proteção maternal, assim também não deve passar dia em que deixes de prestar-lhe
duplicado tributo de louvor e oração. Ora, para esse fim, nada há melhor e mais agradável a Maria do que rezar
o seu ofício ou o rosário ou o terço. Não deve passar um só dia em que não dês à tua doce Mãe este testemunho
do teu reconhecimento e piedade. Pois que! Não terá ela direito de esperar de ti este ato de amor, que lhe é tão
agradável, e que tão vantajoso é a ti mesma? E pelo que diz respeito ao ofício dize-me, filha minha: não te
parece que para uma boa filha será uma bem doce ocupação celebrar os louvores de sua amável Mãe? E que
função mais nobre e mais agradável do que a de competir na terra com os anjos e santos no Paraíso, e unires tua
voz com os cânticos celestiais, que eles não cessam de entoar em louvor de sua muito amada Soberana? Ah!
Considera quanto se regozijará com esses louvores, se saírem de um coração todo inflamado em amor, se os
pronunciares não somente com os lábios, mas com piedosa atenção! Pensa com quanta bondade a Virgem
acolherá as tuas preces!
II. Quanto ao rosário, bem sabes que foi a própria Virgem quem o instituiu. Os mistérios que nele se
meditam, se os ponderares com atenção, não podem deixar de excitar em ti amor e confiança. A oração
dominical (o Padre Nosso) que tu diriges ao meu divino Pai, unida com os meus merecimentos e intercessão de
Maria, não pode deixar de ser escutada favoravelmente. A saudação angélica (Ave Maria) que tantas vezes
repetes para te congratulares com a Santíssima Virgem pelas graças de que Deus a encheu, não pode deixar de
ser lhe muito agradável, fazendo doce violência ao seu coração, e tornando-a propícia agora o na hora da morte.
Tudo enfim nesta devoção é próprio para aviventar a piedade e atrair sobre ti o orvalho das bênçãos celestiais. E
quem poderá repetir o grande número dos que, por haverem perseverado em fazer este obséquio a Maria,
rezando-lhe o terço diariamente, sairam da tenebrosa estrada do pecado? Quantos reformaram a sua vida,
quantos chegaram à salvação eterna? E por que não havias de querer ofertar a Maria, todos os dias, este grato
obséquio que te será tão vantajoso? Ora dize-me se será possível, que Maria te desampare na hora da morte,
depois de lhe haveres pedido tantas vezes em cada dia que te não desampare em tão terrível momento. Não te
basta esta consideração só?
III. Darás ainda por desculpa o não teres tempo? Mas, dize-me, em que empregas o tempo que sobra
de tuas ocupações? De tantas horas que perdes em divertimentos supérfluos e em conversações vãs, não
poderias, por pouca vontade que tivesses, consagrar uma pequena parte destas horas a rezar o terço ou o ofício
menor de Maria Santíssima? Ah! Minha filha, uma filha acha sempre tempo para conversar com sua querida
Mãe. Tem a Maria um verdadeiro amor, e verás que o tempo de conversar com ela, longe de te faltar, te
sobejará. Muitas da tua condição sabem acha-lo; muitas ainda mais ocupadas do que tu, o acham sem por isso
faltarem aos deveres do seu estado. Tu mesmo o acharás, se tiveres verdadeira vontade. Toma pois o piedoso
costume de rezar todos os dias o terço e o ofício da Virgem, ou um deles ao menos; sê nisso constante, e verás
como tua bem-aventurada Mãe saberá generosamente recompensar-te este obséquio quotidiano.
FRUTO
Toma a resolução de rezar todos os dias o ofício no o terço de Nossa Senhora. Destas duas devoções,
escolhe a que mais te agradar, e depois não deixes de praticá-la. Fixa desde já a hora que te for mais cômoda
para esta piedosa ocupação, de sorte que não te vejas obrigada a omiti-la. S. Carlos Borromeu, no meio das
ocupações do seu cargo, não deixava passar um só dia, sem rezar de joelhos o ofício da Santíssima Virgem.
Todos sabem o bem imenso que S. Domingos fez na Igreja propagando a devoção do rosário, que da mesma
Virgem havia recebido. —Começa desde hoje a render a Maria a homenagem de uma ou outra destas práticas,
com intenção de ganhares numerosas indulgências que lhes andam anexas.
AFETOS
E como recusarei, ó querida Mãe! Render-vos todos os dias meu filial preito, eu, que todos os dias
recebo de vós tantas mercês, e que tanto careço da vossa proteção? Como havia de ser tão ingrata para
convosco, e conhecer tão pouco meus interesses, que perdesse tempo em vãs conversações, em vãos
divertimentos, sem reservar uma parcela para conversar convosco, para celebrar vossos louvores, e implorar
vosso socorro, rezando o vosso ofício ou o vosso rosário? Ah! Eu não teria ânimo de chamar-me vossa filha, se
recusasse contentar-vos em coisa tão fácil e tão suave. Parei pois por não deixar passar um dia sem vos oferecer
ou uma ou outra destas duas práticas, que tão agradáveis vos são. Alcançai-me a graça de ser fiel a esta
resolução, e cumpri-la de modo que possa merecer vossa amável proteção durante minha vida e na hora da
minha morte. Assim seja.
ORAÇÃO JACULATÓRIA
Dignai-vos, Virgem Sagrada, permitir que eu publique vossos louvores.
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