Sexto dia da semana para adquirir o conhecimento de Jesus Cristo
- Jesus com Maria no Calvário -
Composição de lugar - O calvário.
Petição - Dor com Cristo sofredor; prostração com Cristo abatido; lágrimas, pena interior, por tanto sofrimento que Cristo padeceu por mim. (Santo Inácio)
(Esta meditação é tirada integralmente de O Amor da Sabedoria Eterna. Pode-se aplicar também cada uma destas considerações a Nossa Senhora, vendo-a sempre unida ao sacrifício de Seu Santíssimo Filho).
I PONTO - Quem padece? Considera a excelência da pessoa que, por ser infinita, dá um valor infinito a tudo o que sofreu em Sua Paixão. Se Deus tivesse enviado um Serafim ou um Anjo da última hierarquia, seria uma coisa admirável e bem digna de eterno reconhecimento. Mas Quem veio dar a Sua vida foi o Criador do Céu e da Terra, o Filho único de Deus, a Sabedoria Eterna. E sabemos que as vidas todas de todos os Anjos e de todos os homens e criaturas comparadas a essa vida do Filho de Deus são infinitamente menos dignas de conta que a vida de um mosquito o é em relação de todos os monarcas e grandes do mundo. Quem poderá, pois, compreender o excesso de caridade que este mistério nos descobre? E qual deverá ser nossa admiração e nosso reconhecimento?
Se o menor sofrimento do Filho de Deus é mais estimável e deve penetrar mais em nossa alma do que o de todos os Anjos e homens se por nós morressem e fossem aniquilados, qual deverá ser, pois, a nossa gratidão e o nosso amor por Ele, se sofreu por nós tanto quanto é possível sofrer, com extremo carinho, e sem ser a isso obrigado?
II PONTO - Por quem padece? Pelos homens, vis criaturas de quem nada tem a temer nem a esperar. Amigos há que morrem por seus amigos, mas encontrar-se-á outro que, como o Filho de Deus, dê a vida por seus inimigos? "Recomenda Deus Sua caridade conosco, porque morreu por nós quando ainda éramos pecadores." [136] e, por conseguinte, inimigos.
III PONTO - Que padece, quanto ao corpo? Sua cabeça foi coroada de espinhos; Sua barba e cabelos, arrancados; Suas faces esbofeteadas; Seu semblante, coberto de escarros. Seu pescoço e Seus braços foram amarrados e apertados com cordas, Seus ombros foram dilacerados pelo peso da Cruz. Suas mãos e Seus pés foram atravessados por pregos; Seu lado e Seu Coração, abertos pela lança. Enfim, todo o Seu corpo foi flagelado sem piedade por mais de cinco mil açoites, de modo que Se Lhe viam os ossos meio descarnados. Todos os Seus sentidos foram mergulhados nesse mar de dores.
IV PONTO - Que padece na alma? Sofreu em Sua honra, pois foi carregado de opróbrios, chamado blasfemo, sedicioso, endemoninhado. Foi tido por ignorante e impostor. E, como se isso não bastasse, O trataram como louco.
Sofreu da parte de Seus discípulos. Um O maldisse e o atraiçoou; o primeiro de todos O negou; e os demais O abandonaram. Sofreu da parte de toda classe de pessoas: reis e governantes, juízes, cortesãos e soldados, pontífices e sacerdotes, eclesiásticos e seculares, judeus e gentios. Sua própria Mãe foi para Ele terrível fonte de aflição quando A viu presente à Sua morte, mergulhada em um oceano de tristezas, ao pé da Cruz.
Sua alma santíssima foi muito atormentada pelos pecados de todos os homens; já por serem ultrajes a Seu Eterno Pai, a Quem amava infinitamente, já por serem fonte de perdição de tantas almas que, apesar de Sua Paixão e Morte, se condenariam. E não tinha compaixão só dos homens em geral, mas de cada um em particular, pois os conhecia distintamente. A isso acrescia que a duração de todos esses tormentos foi desde o primeiro instante da concepção até a morte, porque com a luz infinita de Sua Sabedoria via distintamente e tinha presente todos os males que haveria de passar.
Ajuntou-se a todos esses tormentos da alma, o mais cruel e espantoso de todos que foi o de Seu desamparo na Cruz, quando exclamou: "Meu Deus, meu Deus, por que Me desamparaste?"
Com razão a Santa Igreja nos faz dizer todos os dias: "mundus eum non cognovit". Sim, porque, falando razoavelmente, conhecer o que sofreu Nosso Senhor por nós e não O amar ardentemente é coisa moralmente impossível.
Terminemos com um fervoroso colóquio a Nossa Senhora, para que nos faça sentir o que sofreu Seu Filho Santíssimo, a fim de que nos inflamemos no amor de Quem tanto nos amou e ama.
Oh Mãe, fonte de amor, fazei com que meu coração arda ao amar Cristo Deus.
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NOTAS:
[136] Rm 5, 8-9.

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